sábado, 8 de novembro de 2008

pH x KH x GH x CO2

O pH refere-se à qualidade da água ser ácida ou alcalina. Um pH igual a 7.0 é considerado neutro, enquanto que valores abaixo de 7.0 são ácidos e acima alcalinos. Nos aquários de água doce cada espécie de peixe ou planta vive melhor em um determinado pH, que é referente ao pH do local de origem desta espécie.
No entanto a maioria das espécies aceitam valores de pH um pouco diferente do seu habitat natural. É importante lembrar que a escala do pH é logarítmica, ou seja, um pH de 6.2 é dez vezes mais ácido do que um de 7.2, daí a importância dos décimos, então quando dizemos que os peixes aceitam pequenas variações, estas variações são de aproximadamente 0.2.
No aquário, duas características tornam o pH um valor importante. Primeiro, como já foi dito anteriormente, cada espécie está adaptada a uma faixa de pH, podendo inclusive morrer se o pH não atender as suas necessidades, para este problema podemos alterar o pH para obtermos os níveis desejados. Segundo, a maioria das espécies (espécie se refere a toda forma de vida do aquário, e não apenas aos peixes) é extremamente sensível à variações rápidas de pH. Uma variação maior que 0.3 por dia já é prejudicial à saúde do aquário (a expressão "saúde do aquário" se refere aos peixes, plantas, bactérias, algas, etc.). Torna-se necessário então que consigamos duas coisas:
• ajustar o pH, ao nível desejado;
• estabilizar o pH, impedindo variações indesejáveis.
A longo prazo, principalmente em aquários mal cuidados ou com filtragem inadequada (falaremos sobre filtragem em um outro artigo), o pH tende a baixar devido ao aumento do ácido nítrico (nitratos) e outros ácidos orgânicos. Em outros casos, dependendo do tipo de cascalho utilizado e da origem da água, o pH tende a ficar elevado.
Existem nas lojas diversos acidificantes e alcalinizantes, porém mesmo com o uso destes produtos é muito difícil ajustar o pH, por que depois de algum tempo o pH tende a voltar aos valores antigos. Isto porque na maioria das vezes é ignorada a dureza carbonatada da água (KH).
A dureza carbonatada também é conhecida como alcalinidade (alkalinity), potencial alcalino, ou capacidade de tamponamento. Mas na realidade a dureza carbonatada se refere apenas aos carbonatos e bicarbonatos dissolvidos na água, pois existem outros compostos, inclusive alguns fosfatos, silicatos e outros que também possuem o efeito tampão. Os testes de KH existentes no mercado também medem a alcalinidade total, e não apenas os carbonatos e bicarbonatos dissolvidos na água. Mas o termo KH não deixa de ser correto, pois nos aquários os principais compostos alcalinos são os bicarbonatos e os carbonatos.
O KH é o responsável pelo "efeito tampão", que é a capacidade de manter o pH estável, mesmo com a adição de ácidos ou bases (compostos alcalinos). Deste modo o pH está intimamente relacionado com o KH. Se um aquário está com o KH alto, será muito difícil alterar o seu pH, enquanto que se estiver com o KH baixo é muito difícil manter o pH estável, estando a água sujeita à grandes variações de pH. Algumas pessoas acham que, tendo um KH elevado, o pH também será elevado, mas isto não é verdade, pois se tivermos uma quantidade de compostos ácidos superior à capacidade de absorção do KH, o pH pode ser extremamente baixo (já vi um aquário com KH 7° e pH 6.5). O contrário também é possível pois podemos ter compostos alcalinos com poucos carbonatos, ou seja pH alto e KH baixo.Então se você está tendo problemas com o pH é bom verificar o KH.
Muitas vezes o KH (dureza carbonatada) é confundido com o GH (dureza geral). O GH refere-se à concentração de magnésio e cálcio dissolvidos na água. A relação do GH com o pH é muito pequena, mas ele é importante para algumas espécies de peixes e plantas mais exigentes. Pergunte para o vendedor as exigências das espécies que você pretende comprar, se ele não souber informar, e nem se preocupar em descobrir, é bom mudar de loja, afinal já pensou como vivem, ou sobrevivem os peixes e plantas em uma loja destas? Apenas cuidado para não confundir GH com KH.
O método mais simples de diminuir o KH e o GH é realizar trocas parciais com água de dureza carbonatada e geral mais baixas. Mas lembre-se que toda alteração deve ser feita lentamente, pois mudanças bruscas estressam os peixes, podendo causar diversas doenças e até mesmo a morte. Outro método é colocar turfa ou xaxim na água, turfa podemos encontrar em lojas de aquário, e xaxim em floriculturas. O xaxim é mais barato, mas menos eficiente. Se for utilizar xaxim cuide para que ele seja "puro", pois como é utilizado para o plantio de flores e folhagens, muitos contém fertilizantes e outros compostos (fungicidas, bactericidas, inseticidas, etc.) que podem causar um grande estrago no seu aquário.
Se você pretende aumentar o KH, pode adicionar bicarbonato de sódio, encontrado em farmácias. Se você pretende elevar o GH e o KH, pode adicionar carbonato de cálcio (CaCO3). Toda adição deve ser feita lentamente e sempre devemos medir os valores algumas horas depois da adição, para verificar o quanto foi alterado.
Também existem alguns produtos, por enquanto apenas importados e por conseqüência caros, que ajustam automaticamente o pH. Estes produtos são conhecidos como tamponadores. Se você tiver dificuldade em ajustar o pH, estes produtos podem ser muito úteis, pois além de ajustar o pH automaticamente, ajustam também o KH evitando variações de pH.
Não existe um valor ideal de KH para manter o pH estável, pois isto depende de quais outros compostos existem dissolvidos no aquário e em qual quantidade. Geralmente um KH de 4° é suficiente para manter o pH estável (geralmente, mas não sempre).
Tanto o KH como o GH são medidos em diferentes unidades, as mais utilizadas são graus (escala alemã), ppm (partes por milhão) ou mg/l (miligramas por litro).
1 grau = 17.8 ppm CaCO3
1 mol/L alcalinidade = 2.8 graus
1 ppm = 1 mg/L
Outra maneira de controlar o pH é através da injeção de CO2, este método é muito utilizado em aquários densamente plantados para atender a demanda de gás carbônico das plantas. As plantas utilizam CO2 no processo de realização da fotossíntese.
O CO2 dissolvido está diretamente ligado ao pH e ao KH, pois as reações químicas que ocorrem entre a água entre os carbonatos e bicarbonatos e o CO2 geram ácido carbônico, que faz o pH diminuir.
Podemos resumir a relação pH x KH x CO2 na seguinte tabela:
KH
pH
6.0 6.2 6.4 6.6 6.8 7.0 7.2 7.4 8.0
0.5 15 9.3 5.9 3.7 2.4 1.5 0.9 0.6 0.2
1.0 30 19 12 7 5 3 1.9 1.2 0.3
1.5 44 28 18 11 7 4 2.8 1.8 0.4
2.0 59 37 24 15 9 6 4 2.4 0.6
2.5 73 46 30 19 12 7 5 3 0.7
3.0 87 56 35 22 14 9 6 4 0.9
3.5 103 65 41 26 16 10 7 4 1.0
4.0 118 75 47 30 19 12 6 5 1.2
5.0 147 93 59 37 23 15 9 6 1.5
6.0 177 112 71 45 28 18 11 7 1.8
8.0 240 149 94 59 37 24 15 9 2.4
10 300 186 118 74 47 30 19 12 3
15 440 280 176 111 70 44 28 18 4
CO2 milligramas/litro
Analisando a tabela é possível concluir que conhecendo os valores da dureza carbonatada e pH podemos inferir a quantidade de CO2 dissolvido na água, e aumentando ou diminuindo a injeção de CO2 podemos alterar os valores de pH. Porém índices muito altos de CO2 podem ser prejudiciais aos peixes, mas também são difíceis de serem atingidos. Mesmo assim é bom evitar índices acima de 30 mg/l, principalmente em aquários com poucas plantas, pois as plantas convertem o gás carbônico em oxigênio.
Entretanto é preciso ter alguns cuidados pois a tabela baseia-se apenas na dureza carbonatada, ou seja, na quantidade de carbonatos e bicarbonatos dissolvidos na água, mas os testes de KH existentes medem o potencial alcalino total, ou seja medem também o potencial alcalino de outros compostos, como já foi dito anteriormente. Deste modo, se você tiver outros tamponadores no seu aquário a tabela pode não funcionar adequadamente. Mas, como já foi dito, o que predominam são os carbonatos e bicarbonatos, sendo assim provavelmente você não tenha problemas deste tipo.
Através da tabela também é possível controlar a quantidade de CO2 para as plantas, mas isto fica para outra matéria.

Doencas infecto contagiosas

Protozoários Infecto-Contagiosos de Água Doce
A influência de protozoos na saúde dos peixes é largamente conhecida pela comunidade aquariófila, no entanto é difícil ao aquariófilo amador tentar fazer o diagnóstico correcto de que espécie se trata e qual o melhor tratamento que se deve aplicar. Assim, este texto pretende ser uma ajuda a todos aqueles que ambicionam conhecer e tratar convenientemente seus peixes.
Os protozoos são organismos unicelulares, chamados também de animais primitivos. Estes apresentam características que demonstram a sua adaptibilidade ao meio, como por exemplo os fitoflagelados que contêm clorofila, parte integrante do mundo vegetal e não animal como sabemos. Reproduzem-se sexual ou assexualmente, podem deslocar-se no meio seja por flagelos, seja por cílios ou até por projecções do próprio citoplasma (pseudópodos). Assim não devemos nunca pôr em causa a capacidade que estes pequenos seres têm de infectar os peixes. São em grande parte oportunistas, que esperam um peixe com imunidade baixa, devido a stress ou a más condições da água. Sabendo isto, à partida somos nós mesmos o primeiro tratamento preventivo do nosso aquário, mantendo-o sempre em condições de higiene apropriadas, evitando assim a propagação de qualquer tipo de protozoos.
Os protozoos dividem-se em 5 grupos:
• Os cíliados (Ciliophora), caracterizados por apresentarem cílios e núcleos de duas classes.
• Os flagelados (Mastigophora), têm flagelos em alguma fase do seu ciclo de vida.
• Os apicomplexos, endoparasitas que têm um ciclo de vida complexo com emissão de esporas.
• Os microesporidios (microsphora).
• Os myxosporidios, diferenciam-se dos anteriores por terem 2 células infectantes em cada espora.
Segue-se agora uma lista dos principais agentes contagiosos, seus sintomas e respectivo tratamento.
Nome comum: Doença do ponto branco
- Agente: Icthyopthirius multifilis
- Ciclo biológico: Este protozoo tem 3 fases no ciclo, a parasitária em que se mantém entre a epiderme e a derme do peixe, saindo apenas quando está sexualmente maduro (trofonte). A fase quística, livre, em que se subdivide em vários quistos. E finalmente a dispersiva, em que se abre o quisto e liberta centenas de formas infectantes, as tomites. Estas com tamanho reduzido (40 microns) movimentam-se no meio através de movimentos ciliares procurando um hóspede, têm um tempo aproximado de vida de 50 horas.
- Sintomas: Como mecanismo de defesa do peixe, o protozoo é envolvido numa massa celular, sendo visto a olho nu como pequenos pontos brancos de 1 mm aproximadamente. Se chegar ao epitélio branqueal apresentam também dificuldades em respirar.
- Tratamento: Vários são os tratamentos eficazes contra o Ictio. No entanto, a fim de não intervir no ciclo do nitrogénio de seu aquário, o aumento de temperatura (31°C), durante a fase dispersiva é a forma mais “natural” de acabar com a doença, já que as tomites não toleram esta temperatura. Este tratamento deve ser feito durante uma semana, a fim de libertar também os núcleos da forma parasitária. No caso de não poder usar a temperatura, são eficazes o Formol, o cloreto de sódio e o azul de metileno.
Nome comum: Oodinose
- Agente: Fitoflagelado Piscinoodinium
- Ciclo: diferenciando-se do seu “primo” de água salgada por ter cloroplastos, que lhe permitem usar a luz como fonte de energia, este apresenta 3 fases como o Ictio. Na fase dispersiva são libertadas dinoesporas que por meio de movimentos flagelares procuram o hóspede. Estes protozoos localizam-se na pele, na camada subepiteliais, embora colonizem outras zonas como as brânquias.
- Sintomas: aparecimento de nódulos na pele “aveludados”, possível dificuldade respiratória.
- Tratamento: O permanganato de potássio, o verde de malaquite e o azul de metileno são eficazes contra este flagelado.
Nome comum: Costíase
- Agente: flagelados do género Ichthyobodo (das várias espécies destes protozoários bi-flagelados a mais comum é a I. necatrix).
- Ciclo: É dos mais simples entre os protozoários, pois coloniza a pele do hóspede com os seus flagelos e se as condições forem boas dividem-se por bipartição, movimenta-se na água e é assim que se transmite a outros peixes. Em caso de condições adversas podem permanecer enquistadas na pele do peixe ou até na água. É sem dúvida o ectoparasita mais comum de água doce.
- Sintomas: enturvamento da pele
- Tratamento: São mais eficazes os banhos com formalina e permanganato de potássio, podendo também usar os mencionados acima.

Doenças de agua doce

Doenças de Água Doce
Contributo de Elaine Thompson
Tradução de Gonçalo Nunes
Direitos de Autor
As FAQ existem graças à contribuição dos participantes na Net e, como tal, pertencem aos leitores dos newsgroups de aquariofilia. Os artigos com menção estão sujeitos aos direitos dos respectivos autores. Cópias das FAQs podem ser feitas livremente desde que distribuidas gratuitamente e incluídos os autores e a reserva de direitos.
Causas
P: Porque é que os meus peixes estão doentes e como é que posso evitar mais doenças ?
R: Provavelmente 80-90% das doenças em peixes mantidos em cativeiro podem ser prevenidas evitando situações de stress. O stress enfraquece o sistema imunitário dos peixes, levando a um aumento da susceptibilidade à doença. Na realidade, as doenças e agentes patogénicos estão quase sempre presentes nos aquários, mas o sistema imunitário de um peixe saudável irá evitar que estes se tornem um problema. Alguns dos factores de stress mais comuns para peixes em cativeiro são:
• Fraca qualidade de água: amónia e nitritos presentes, ou nitratos muito altos.
• A temperatura da água variar mais de 16 C por dia
• Incompatibilidade de espécies no aquário
• Peixes a mais no aquário (5 escalares adultos num aquário de 4o litros)
• O aquário ser pequeno demais para o peixe (um peixe de 30 cm num aquário de 40 litros)
• A água ser quente ou fria demais para a espécie (peixe-vermelho vs. Peixes tropicais)
• pH errado para a espécie (Discus vs. Ciclídeos Africanos)
• Flutuações de pH superiores a 0.2 unidades por dia
• Protecções ou abrigos insuficientes
• Dureza errada da água para a espécie (Discus vs. Ciclídeos Africanos)
• Oxigénio insuficiente na água
• Nutrição insuficiente do peixe (comida errada, comida não variada).
Manter o aquário livre de doenças
P: Preciso de um aquário de quarentena para os peixes recém adquiridos?
R: Efectuar a quarentena a peixes recentemente adquiridos é um bom hábito para qualquer aquário, mas não é absolutamente necessário para obter sucesso. A quarentena trata apenas de manter os peixes isolados num outro aquário pelo período de tempo necessário até se ter a certeza que não são portadores de qualquer doença. Muitos principiantes sem aquário de quarentena não têm quaisquer problemas, e argumentam em desfavor de adicionalmente montar um aquário com esse fim com base no preço. Um tanque de quarentena custa de facto mais, mas se o aquariófilo já tem milhares de escudos investidos em peixes, é mais barato possuir um aquário de quarentena separadamente do que substituir os peixes mortos por uma doença recentemente introduzida. Além disso, muitos de nós ficamos ligados aos peixes e não queremos pôr os nossos animais de estimação expostos a doenças trazidas por peixes novos, independentemente do custo.
O propósito de efectuar quarentenas é o de evitar a introdução de novas doenças a um sistema estável, e ser capaz de observar melhor os novos peixes para eventuais sinais de doença. Um aquário de quarentena pode também desdobrar-se em aquário hospital para peixes doentes. Estes aquários hospital são bons pois baixam o custo do uso de medicamentos e mantêm os peixes doentes separados dos saudáveis. A quarentena é provavelmente mais importante para aquários de água salgada e de recife de coral por causa da dificuldade do tratamento das doenças, ou nos peixes de água doce apanhados no meio natural porque estes provavelmente não estão isentos de doenças. A quarentena pode ela própria colocar os peixes em stress, por isso deve-se verificar se esta é correcta para evitar factores que levem ao stress.
Montar um aquário de quarentena ou hospital:
• Manter um filtro extra - de esponja é o ideal - ou de lã de vidro num aquário já estabelecido, de maneira a que não se tenha de estar permanentemente a começar a filtragem biológica do aquário de quarentena de início. Algumas pessoas usam em alternativa para manter o filtro biológico activo guppies ou zebras (para aquários de quarentena de água doce) e mollies (para aquários de quarentena de água salgada)
• Se não se mantiver o aquário montado, deve-se usar água envelhecida para enchê-lo. Assim: água envelhecida + filtro estabelecido = aquário instantaneamente estabelecido.
• Adicionar uma bomba de ar e termóstato extra. Se não se andou a mexer no termóstato durante o seu armazenamento, este deve vir programado como da última vez que o guardámos. *Deve considerar-se o uso de Amquel ou equivalente quando se administrar medicamentos ao aquário no caso de as bactérias do filtro biológico serem sensíveis a estes. Os peixes doentes são especialmente susceptíveis à presença de amónia. (É de notar que a amónia que se ligou ao Amquel ainda é visível num teste de amónia da Nessler. Por isso, se se quiser efectuar testes de amónia a esse aquário, é necessário usar um teste de salicilato para amónia)
• Num aquário hospital, deve-se efectuar mudanças de água frequentes (inclusive todos os dias).
Se possível, efectuar a quarentena a todos os peixes recém adquiridos por um período de cerca de 3 semanas. Durante esse tempo, aclimatar gradualmente os peixes aos parâmetros do aquário a que se destinam: dureza, pH, salinidade, temperatura, etc. Observar e tratar quaisquer sinais de doença.
Não se deve medicamentar peixes em quarentena tendo como argumento "é só para prevenir". Tratar apenas doenças evidentes e perfeitamente identificadas. Tratar os peixes de quarentena com um conjunto de medicamentos terá apenas como fim peixes enfraquecidos e bactérias resistentes a antibióticos.
Uma vez terminada a quarentena, se se tratou de alguma doença particularmente séria, é bom desinfectar o aquário e restabelecer o filtro biológico. Lixívia ou água bastante salgada (para água doce) funcionam bem. No entanto deve-se certificar se todos os traços de lixívia são eliminados (bem lavados). Outro bom desinfectante é o permanganato de potássio (uma forma comercial de o obter é o Jungle�s Clear Water).
Se não se decidir pela quarentena, não se deve adicionar água armazenada ao aquário que tem os peixes recém adquiridos (ver a FAQ Iniciação à Água Doce para ideias sobre a aclimatação).
P: E porque não fazer uma quarentena às plantas ?
R: As plantas também podem transportar doenças para um aquário. É boa ideia desinfectar as plantas novas se estas estiveram conjuntamente com peixes na loja. Para mais informações sobre métodos de desinfecção de plantas ver a FAQ Plantas.
P: Em primeiro lugar como é que evito introduzir doenças ?
R: Nunca comprar peixes doentes da loja. Especialmente não comprar peixes ou plantas dum aquário se *algum* dos peixes no aquário mostrar sinais de doença ou se existe um medicamento na água desse aquário (água colorida de amarelo, verde, ou azul). As pessoas da loja podem dizer que os peixes estão bem, mas se de facto estão, porque é que existem medicamentos no aquário? Também se deve perguntar há quanto tempo os peixes estão na loja. Peixes recém chegados podem trazer doenças que ainda não foram detectadas. Sendo melhor esperar umas duas semanas antes de comprar os peixes. Se no entanto se quer o peixe que acabou de chegar, deve-se ter especial atenção em efectuar correctamente a sua quarentena.
Diagnóstico/Doenças comuns ou: Como é que sei que o peixe está doente?
O mais importante: observar os nossos peixes e determinar qual a sua aparência e comportamento normais. Se não se souber o que é o estado normal, não se pode saber o que é o estado doente.
Maus sinais:
• Barbatanas presas (as barbatanas estão dispostas anormalmente perto do corpo).
• O peixe recusa a sua comida habitual por mais de 2 dias.
• Existem pontos visíveis, lesões, ou manchas brancas no peixe.
• O peixe vem respirar à superfície da água.
• O peixe flutua, afunda-se, gira, ou nada de lado.
• O peixe oscila (move-se de um lado para o outro sem progredir para a frente)
• Um peixe normalmente activo encontra-se parado.
• Um peixe normalmente parado encontra-se muito activo.
• Um peixe incha de repente, e não é por ter ovos ou alevins.
• O peixe esfrega-se contra as decorações do aquário.
Sugere-se a criação de um armário com medicamentos. Quase parece que os peixes ficam sempre doentes quando as lojas estão fechadas.
• Testes da qualidade de água: pH, amónia, nitritos, nitratos
• Sal de aquário (e NÃO sal de mesa. A maioria dos sais de mesa possuem aditivos para evitar a sua agregação. Kosher ou sal gema são bons)
• Verde de Malaquite/formol remédio para os pontos brancos
• Azul de Metileno
• Lixívia para desinfecção
• Talvez um antibiótico (Kaianamicina ou Furanace)
• Comida com antibióticos
• Remédio com cobre para tratamento de parasitas
E para peixes grandes demais para manusear:
• Q-tips
• Verde de Malaquite e mercurocromo
Doenças comuns/problemas ou: O que se passa de errado com os meus peixes?
Má qualidade de água
Os peixes estão a respirar à superfície, ou muito inactivos, mas não existem lesões quando tudo começou. As barbatanas parecem estar presas. Muitos peixes de diferentes espécies são afectadas, e possivelmente todo o aquário. Se a água se manteve em mau estado há algum tempo, os peixes podem apresentar putrefacção das barbatanas, ou manchas de sangue nas barbatanas.
• Se os peixes estão a respirar à superfície, ou possuem brânquias roxas: amónia em concentrações elevadas ou pouco oxigénio podem ser a causa; testar a amónia e o oxigénio dissolvido.
• Se o principal sintoma é a inactividade: testar os nitritos, pH, oxigénio dissolvido, nitratos
Dependendo dos resultados dos testes, efectuar o seguinte:
Amónia
Mudar a água o suficiente para reduzir os níveis de amónia para 1-2 ppm em água doce e abaixo de 1 ppm em água salgada. Se isso significar uma mudança de mais de 1/3 da água, ter a certeza que a água que se adiciona está à mesma temperatura, salinidade, dureza e pH que a da água do aquário. Pode também efectuar-se várias pequenas mudanças de água durante alguns dias. Deve-se aerificar, e certificar que o pH está igual ou abaixo de 7.0 nos aquários de água doce. Adicionalmente ou em vez de efectuar mudanças de água, pode-se adicionar Amquel para imediatamente aliviar o peixe. Descubra porque é que a amónia está presente e corrija o problema.
Nitritos
Mude a água o suficiente para trazer os nitritos abaixo de 2 ppm (tal como para a amónia se for muita água, encaixar os parâmetros ou realizar múltiplas mudanças), adicionar uma colher de sopa de sal para 4 litros de água (nem todos os peixes poderão tolerar esta quantidade - começar com uma colher de chá), e adicionalmente aumentar a aerificação. Descubra porque é que os nitritos estão presentes e corrija o problema.
Nitratos
Mudar a água e limpar o filtro. Se o filtro se encontra sujo, existem mais restos de matéria orgânica presente para ser transformada em nitratos. Começar por alimentar menos e mudar mais vezes a água.
Níveis baixos de oxigénio
Juntar mais uma pedra difusora. Se isto ajudar, o peixe provavelmente não tem oxigénio suficiente na água. O aquário pode precisar de ser limpo, ter menos peixes, ou maior movimento de água à superfície a partir de uma cabeça motorizada, uma pedra difusora, ou de um filtro.
PH impróprio
Se os valores de pH são muito baixos: certificar-se que o tamponamento com carbonatos é adequado, pelo menos 5 dKH. Em geral adicionar 1 colher de chá cheia para 120 litros, aumenta o dKH em 2 graus. Para um aquário de 40-80 litros que necessita do pH um bocadinho mais elevado, experimentar adicionar um quarto de colher de chá cheia. Se isso não for suficiente adicionar uma colher de chá cheia ou mais. Em aquários de grande capacidade pode-se ir até 1 colher de chá cheia para 120 litros. Se os valores de pH continuam baixos e o KH está pelo menos nos 5-6 graus de dKH, limpar o aquário. Para uma tamponização a longo prazo de sistemas de água salgada e água doce alcalina, adicionar areia de coral. Se o pH é muito elevado, pode-se adicionar ácido fosfórico para baixar o pH. Não usar e abusar deste ácido uma vez que pode promover o crescimento de algas, usá-lo só em casos extremos como o de envenenamento por amónia. Para baixar o pH a longo prazo, usar turfa no filtro, ou usar água destilada ou desionizada misturada com a água da torneira.
Icto: Doença dos Pontos Brancos
Sintomas: Os peixes parecem apresentar pequenos grãos de sal no corpo e podem esfregar-se de encontro a objectos no aquário.
A doença dos pontos brancos é causada por um protozoário (Ichthyopthirius multifiliis) com um ciclo de vida o qual inclui uma forma nadante livre. Este protozoário desenvolve-se no peixe à destaca-se deste e vai ligar-se ao areão ou ao vidro do aquário à reproduz-se dando origem a muitos parasitas à estes parasitas colam-se depois ao corpo de outros peixes. Se estes parasitas não encontram um hospedeiro, morrem passados cerca de 3 dias (dependendo da temperatura da água).
Assim, para a cura, o medicamento tem de ser administrado directamente no aquário de forma a matar estas formas livres de parasitas. Se os peixes são retirados para um aquário de quarentena os parasitas que se encontram no aquário principal escapam ao tratamento - a menos que todos os peixes sejam removidos por um período de cerca de uma semana em água doce e de 3 semanas em água salgada. Num aquário de recife de coral, em que os invertebrados são sensíveis a este tipo de tratamento, remover os peixes é a única opção. Pensa-se que estes protozoários se encontram na forma dormente na maioria dos aquários. Sendo activados quando ocorrem flutuações de temperatura.
Cura: Para a maioria dos peixes, usar um medicamento com formol e verde de Malaquite. Estes são ingredientes activos em muitos dos medicamentos à venda em lojas de aquários. Alguns desses produtos são o Rid Ich da Kordon e Quick cure da Aquarium Pro. No entanto basta ler o rótulo para descobrir uma série de outros produtos semelhantes de outros fabricantes. Verificar se existem flutuações de temperatura no aquário e corrigi-las para evitar que o mesmo suceda de novo. Notar que os tetras são ligeiramente sensíveis ao verde de Malaquite, por isso usar metade da dose deste produto.
Use estes produtos como indicado (regra geral uma dose diária) até que todos os pontos desapareçam dos peixes. Depois dosear de 3 em 3 dias até perfazer um total de mais 4 doses. Isto permitirá matar todas as formas livres de parasitas assim que eclodem dos cistos.
Outra forma de cura é aumentar a temperatura da água do aquário até cerca de 32 C e adicionar 1 colher de chá de sal para 4 litros de água. Nem todos os peixes suportam este tratamento.
Finalmente, pode ainda tratar-se esta doença através de um "método de transferência". Movem-se diariamente os peixes para um aquário diferente com água limpa, condicionada, e quente. Os parasitas destacam-se dos peixes ficando assim neste aquário. Após mudar os peixes diariamente durante uma semana, os peixes (presumivelmente curados) podem ser de novo introduzidos no aquário principal. A desvantagem deste método é causar stress não só aos peixes como ao próprio aquariófilo.
Apodrecimento das barbatanas
As barbatanas dos peixes ficam brancas e desaparecem. A putrefacção segue-se regra geral a uma ferida ou lesão. Pode também ser causada por má qualidade de água.
Cura: Primeiro, tratar a água e remover peixes que gostam de mordiscar as barbatanas de outros. Mudar parte da água (cerca de 25%) e adicionar uma colher de chá de sal para melhor sanar a ferida. Se o problema era má qualidade de água ou outro peixe no aquário, isto deve chegar. As feridas devem começar a sarar dentro de dois dias.
Se por outro lado piorar, verificar primeiro se isso é causado por fungos ou bactérias. A putrefacção por meio de fungos dá um aspecto de haver tufos de algodão nas barbatanas seguindo-se geralmente a uma lesão. É visto com frequência em ciclídeos Africanos ou peixe que se aleijaram de encontro a decorações do aquário. A putrefacção por meio de bactérias, dá também um aspecto branco às barbatanas mas sem o aspecto de algodão como nos fungos (à excepção da infecção provocada pela bactéria Columnaris), e pode ser contagiosa. Torna-se então necessário retirar os peixes do aquário e tratá-los.
Fungos: Para peixes de tamanho suficiente para serem manuseados, apanhá-los, e esfregar o peixe com uma cotonete, em que uma das pontas foi previamente embebida em verde de Malaquite, na zona em que os fungos se encontram presentes. Isto é extremamente eficaz. Poderá ser necessário repetir este tratamento mais vezes.
Para peixes mais pequenos, um fungicida comercial como o Maroxy pode resultar. Para infestações mais sérias, tentar um banho com Azul de Metileno (de forma a que mal se consiga ver o peixe) até os fungos se tornarem azuis ou durante 20 minutos. Se o azul de metileno for administrado directamente para o aquário, as plantas morrem e o filtro biológico é danificado.
Bactérias: Tratamento com antibióticos num aquário de quarentena. Isto é muito traumatizante para os peixes, e nem sempre dá resultado, por isso deve-se certificar bem o que se está a fazer antes de o tentar. Se o peixe está a comer a melhor aposta é usar antibióticos na comida. A Tetra fabrica um com bons resultados - comprar o que indica tratamento de infecções bacterianas e seguir o que está indicado no rótulo.
Se o peixe não está a comer, um tratamento por imersão torna-se necessário. Uma combinação de Kainamicina e Furanace geralmente dá bons resultados, especialmente para Columnaris. Mais uma vez, o tratamento deve ser num aquário separado e com forte aerificação.
Lesões
Ciclídeos e outros peixes agressivos podem apresentar lesões que são sérias o suficiente para sangrarem após uma luta. Outros peixes podem ir de encontro a decorações do aquário, aos vidros, ou pedras.
Os peixes maiores podem ser apanhados e as suas feridas esfregadas com mercurocromo (disponível nas farmácias) ou Betadine (antibiótico à base de iodo também disponível nas farmácias)de forma a evitar infecções. Deve-se certificar que estes químicos não entram em contacto com os olhos ou brânquias. Para peixes muito pequenos, colocá-los num aquário separado com Azul de Metileno (não muito forte - pálido) e 1 colher de chá de sal para 4 litros. Se se quiser manter os peixes no aquário adicionar apenas o sal, uma vez que o Azul de Metileno irá danificar o filtro biológico.
Observar os peixes de forma a certificar-se que as lesões estão a sarar bem, e repetir a dose com mercurocromo caso se justifique. Se posteriormente surgir a putrefacção das barbatanas ou uma infestação por fungos, ler a informação acima dada sobre putrefacção das barbatanas.
Hidropisia
O peixe incha como um balão e apresenta os olhos a saltarem da órbita. Pode recuperar sem tratamento ou morrer mesmo com tratamento. O inchaço deve-se ao facto do peixe estar a absorver mais água do que a eliminá-la, e isto pode ser causado por uma série de problemas. Nitratos elevados é uma das coisas a verificar. Infecções bacterianas internas, incluindo tuberculose íctica, são outras possibilidades. Se não existirem problemas com a qualidade de água, pode-se tentar um tratamento à base de antibióticos num outro aquário.
Erosão da linha lateral e cabeça (Doença dos buracos na cabeça)
Esta doença pode afectar Discus, outros ciclídeos, e muitos peixes de água salgada. O peixe desenvolve pequenos orifícios na sua cabeça e muitas vezes ao longo da linha lateral. As causas são incertas mas como qualquer doença, o stress e má qualidade de água exercem um papel importante. O Manual of Fish Health diz que esta doença pode ser provocada por deficiências nutricionais, especialmente em vitamina C. Peixes que estão em aquários plantados raramente apanham esta doença, o que suporta a ideia relativa a problemas nutricionais, uma vez que os peixes podem mordiscar as plantas e obter mais algum alimento complementar. Untergasser, observou a presença do protozoário Hexamita nestas lesões. Casos que não são tratados levam a um grave desfiguramento ou podem ser mesmo fatais.
Cura: Primeiro, certificar-se que a qualidade de água é óptima e reduzir o stress. Parar o filtro de carvão activado pode ajudar uma vez que este retira nutrientes da água. Depois fornecer uma alimentação rica em vitaminas, prestando particular atenção a um suplemento de vitamina C.
Para casos mais complicados, alguns livros sugerem metronidazola (Flagyl) para eliminar Hexamita (protozoário patogénico não muito forte) das lesões. A experiência do aquariófilo pode influenciar o sucesso deste tratamento. Metrozole e Hex-a-mit são produtos comerciais com metronidazola.
Desordens na Bexiga Natatória
O peixe nada de barriga para cima ou de lado. Isto é particularmente comum nos peixes vermelhos devido às formas bizarras dos seus corpos. Flocos consumidos rapidamente incham no intestino do peixe e impedem o peixe de controlar a bexiga gasosa convenientemente. Para ajudar os peixes, alimentá-los com alimentos previamente imersos ou gelatinosos. Vegetais são também bons, ervilhas em particular.
Tal como no apodrecimento das barbatanas, estas desordens podem ser causadas por infecção bacteriana. O tratamento é praticamente o mesmo. Usar antibióticos no alimento se o peixe está a comer, ou adicioná-los à água do tanque de quarentena se os peixes não estão a comer.
Parasitas externos grandes (em oposição ao protozoário causador do ictio)
Adicionar um medicamento à base de cobre ao aquário e controlá- lo através de um teste para cobre. O produto Maroxy da Mardel também funciona bem. Para sanguessugas ou copépodes em peixes de lago, removê-los com pinças e esfregar a zona com mercurocromo para evitar posterior infecção.
Veludo
Os peixes parecem ter sido polvilhados com pó dourado. As barbatanas podem estar presas e o peixe pode oscilar. Tratar com um medicamento anti-parasitas como o cobre ou formol e Verde de Malaquite.
Referências
The Manual of Fish Health
Dr. Chris Andrews, Adrian Exell and Dr. Neville Carrington.
New Jersey: Tetra Press, 1988
Este é um livro excelente, e recomendo-o a todos os que se interessam por este tipo de assunto.
Handbook of Fish Diseases
Dieter Untergasser
Translation by Howard H. Hirchhorn
T.F.H. Publications, Inc., 1989
Este é a minha segunda escolha. É muito bom, mas alguns dos tratamentos são difíceis de obter, e entra em mais detalhes que aqueles que o aquariófilo comum precisa (ou quer) saber.

Como ecludir e criar artemia

Tendo visto muitas cartas sobre como criar camarão de água salgada, eu decidi criar um FAQ sobre a cultura de artêmia. Esta não é, de modo algum, a fonte definitiva, e será expandida à medida que eu for colhendo informações. Eu reuni essas informações com base em vários livros, publicações e em minha própria experiência em criar esses “sujeitos”. Existe uma abundância de informações lá fora, que eu não incluí neste FAQ, visto não fazerem parte do nosso objetivo de criar essa pequena “criatura”. De qualquer modo, aqui está, espero que você o ache útil.
O que este FAQ contém?
1. Descrição Geral
2. Requisitos para o cultivo
3. Colheita
4. Alimentação
5. Artêmias adultas
6. Manutenção
7. Localização de pequenos problemas
8. Armazenamento
9. Descapsulando cistos
1. Descrição Geral
O camarão de água salgada (artêmia), pertence ao filo Arthropoda e à classe dos crustáceos. Artêmias são zooplanctons como Copepoda e Dáfnia, os quais também são usados como alimento vivo em aquários. O ciclo da artêmia começa através de cistos hibernantes encubados ("ovos"), que são embriões enclausurados metabolicamente inativos. Os cistos podem permanecer adormecidos por muitos anos, desde que sejam mantidos secos e livres de oxigênio. A melhor forma de armazenarmos cistos de artêmia é em recipientes hermeticamente selados, em um ambiente frio e seco e se possível no vácuo. O refrigerador é geralmente o melhor lugar.
Quando os cistos são devolvidos à água salgada, eles se reidratam e reassumem o desenvolvimento. Depois de 15 ou 20 horas, a uma temperatura de 25°C, os cistos se rompem e o embrião abandona a carapaça. Por algumas horas, o embrião fica preso abaixo da casca do cisto ainda envolvido em uma membrana. Esse estágio é chamado de “guarda-chuva”. Durante esse estágio, o náuplio completa seu desenvolvimento e emerge como um livre nadador. Em seu primeiro estágio larval, o náuplio é de cor laranja castanho devido à sua reserva de alimento. A artêmia recém eclodida não se alimenta, porque sua boca e ânus não estão totalmente desenvolvidos. Aproximadamente 12 horas após a eclosão, eles assumem o segundo estágio larval e começam a se alimentar de partículas de microalgas, bactérias e detritos. Os náuplios irão crescer e passar por 15 mutações antes de atingir a fase adulta em no mínimo 8 dias.
A artêmia adulta mede em média 8 mm de comprimento mas pode atingir 20 mm em condições ideais. É 20 vezes maior e possui 500 vezes mais biomassa do que quando é um náuplio. Em baixa salinidade e níveis de alimentos favoráveis, as fêmeas fertilizadas normalmente produzem náuplios que já nadam livremente numa taxa de até 75 náuplios por dia. Elas irão produzir em média de 10 a 15 ninhadas durante os seus 50 dias de vida. Em condições propícias, uma artêmia adulta pode viver até 3 meses e produzir até 300 náuplios ou cistos a cada 4 dias. A produção de cistos é induzida pelas condições de salinidade alta, escassez de alimento e/ou baixa oxigenação (menor que 2 mg/L).
Os adultos podem tolerar breve exposição a temperaturas tão extremas quanto 18°C e 40ºC, sendo que a temperatura ideal para o cultivo é de 25°C a 30°C, mas existem diferenças de uma região para outra. As condições ideais para a Baía de São Francisco é de 22ºC, contra 30°C para a artêmia do Great Salt Lake. O camarão de água salgada (como é conhecida em muitas regiões) prefere uma salinidade entre 30-35 ppt (densidade entre 1.020 e 1.025) e pode viver em água doce por aproximadamente 5 horas. Deve-se tomar cuidado para não superalimentar o aquário de água doce, pois após morrer, a artêmia se decompõe muito rapidamente. Muitos peixes de água doce toleram e até mesmo prosperam em água salobra (1-5 ppt) o que torna possível o acréscimo de sal na água do aquário e prolongando assim, se necessário, a sobrevivência das artêmias.
Outras variáveis de grande importância são: pH, luz e oxigênio. Um pH por volta de 8,0 é melhor. pH menor que 5,0 e maior que 10,0 matará a cultura. O pH pode ser aumentado com bicarbonato de sódio e diminuído com ácido clorídrico bem diluído. Uma boa iluminação será necessária para a criação, uma lâmpada normal tipo growlight, dessas disponíveis em lojas de aquário é adequada. O mais importante é o nível de oxigênio na água. Com um bom fornecimento de oxigênio, as artêmias assumem uma cor rosa pálido ou amarelo, ou se forem alimentadas intensamente com algas, serão verdes. Nessas condições ideais, o crescimento e a reprodução serão rápidos e será possível um fornecimento auto-suficiente de artêmias. Se houver um nível baixo de oxigênio na água com excesso de matéria orgânica, ou uma salinidade alta devido à evaporação natural, as artêmias irão se alimentar de bactérias, detritos e células fermentadas, mas nenhuma alga. Sob essas condições, elas produzirão hemoglobina e apresentarão uma a cor vermelha ou laranja. Se essa condição persistir, elas começarão a produzir cistos e a colônia poderá falir. É muito importante ter um fornecimento de ar vigoroso no tanque por dois motivos: Primeiro, para manter o alimento disponível em suspensão, onde ele será filtrado pelas artêmias, e segundo, para promover a boa oxigenação do sistema. [Início]
2. Requisitos para o cultivo
As condições favoráveis para o cultivo de artêmia são: Temperatura de 25°C, densidade de 1.030, aeração forte e contínua, iluminação constante de 2000 Lux e pH 8,0. A boa circulação é essencial para manter os cistos em suspensão. Um recipiente em forma de V seria o ideal mas duas garrafas de 1 litro funcionam muito bem. O melhor que encontrei foram colunas de separação encontradas em qualquer fornecedor para laboratório mas, infelizmente, são muito caras. Cole uma válvula na tampa da garrafa (pode ser registro usado em compressores) e inverta a garrafa. Dessa forma cistos não eclodidos, carapaças vazias e náuplios poderão ser separados mais facilmente. Outra idéia que eu recomendaria, que foi dada por Ken Cunningham, é a de usar garrafas de cerveja. Algumas das quais possuem um ponto cônico na parte inferior. Ken coloca três ou quatro delas em um recipiente de 40 litros e as aquece pelo método de “banho Maria”. Coloca tubos de ar rígidos dentro delas, sem pedra porosa, e os conecta através de mangueiras flexíveis a um distribuidor múltiplo. Temperatura de 27°C e luz brilhante o tempo todo. Em cada garrafa coloca-se ½ colher de chá de sal, ½ ou ¼ de cistos e deixa borbulhando por 24 horas. Para colher os náuplios, desconecte a mangueira flexível, deixe o tubo rígido dentro da garrafa e tire a garrafa de dentro do “banho maria”. Deixe a garrafa no escuro por 10 minutos e então sifone as artêmias usando uma mangueira de aquário, para um recipiente contendo água doce, para enxaguar. Usando as garrafas em rotatividade, é possível ter artêmias recém eclodidas a toda hora.
Existem vários métodos para se eclodir cistos de artêmia. Uma vez que você tente algum método próprio para tentar eclodir os cistos, provavelmente seu resultado será tão bom quanto ao de qualquer outro método já utilizado. Não tenha medo de experimentar! A porcentagem de cistos eclodidos está diretamente ligada à qualidade da água, circulação e origem dos cistos. Recipientes com fundos planos possuem áreas mortas (sem circulação de água) não sendo indicados para se conseguir altas taxas de cistos eclodidos. Existem de 200.000 a 300.000 náuplios por grama de cistos, deste modo, ½ colher de chá em dois litros de água é mais que o suficiente para se manter um aquário tropical. Com a instalação de duas ou mais garrafas, uma começando em um dia e outra noutro, você poderá ter um fornecimento contínuo de náuplios recém eclodidos para aquele aquário de recifes. Esse é o método que costumávamos usar quando eu trabalhava na Scripps Aquarium. [Início]
3. Colheita
Para colher os náuplios, basta desligar o ar ou retirar a pedra porosa de dentro do recipiente e deixar assentar por 10 minutos. Os náuplios recém eclodidos vão se concentrar logo acima dos cistos não eclodidos que se encontrarão no fundo do recipiente. Visto que os náuplios recém nascidos são atraídos pela luz, direcionando uma lanterna no centro do recipiente você irá concentra-los onde será mais fácil sifoná-los. Você poderá também drenar os cistos que estão no fundo usando a válvula que você instalou e depois drenar os náuplios para outro recipiente. Os cistos não eclodidos não deverão ser jogados fora, pois poderão ser utilizados em uma próxima cultura, visto que parte deles ainda poderão eclodir. [Início]
4. Alimentação
Visto que as artêmias possuem filtros não seletivos (não escolhem o que retiram da água), uma ampla variedade de alimentos têm sido usada com sucesso. O critério para se escolher o tipo de comida é baseado no tamanho da partícula, digestibilidade e solubilidade (leite em pó não funciona). Os alimentos mais utilizados incluem microalgas, tais como nanochloropsis e uma ampla variedade de alimento inerte, o que é mais prático para nós aquaristas. Deve-se tomar cuidado para não superalimentar o tanque. Entre os alimentos inertes usados estão fermentos, tanto ativos como inativos (os fornecedores para cervejarias são a melhor fonte; o fermento de padaria é muito caro!), pó de arroz, farinha de trigo, farinha de soja, farinha de peixe, gema de ovo, fígado homogeneizado e soro de leite. Eu nunca utilizei os últimos quatro. Microalgas secas tal como spirulina também tem sido usadas com sucesso e podem ser encontradas em lojas de produtos naturais, mas são um pouco caras.
Uma maneira simples de se medir a quantidade de comida que colocamos no tanque é observar a transparência da água. Isso é feito com um bastão graduado em centímetros com um disco branco e preto preso em uma das extremidades. Introduza o bastão no tanque com o disco voltado para baixo. A profundidade onde o contraste entre o branco e o preto desaparecem mede a intensidade de luz que penetra dentro do tanque. Quanto mais partículas estiverem em suspensão na água, menor será a transparência ou visibilidade. Com uma densidade de 5000 náuplios por litro, a transparência deverá ser de 15 a 20 cm na primeira semana e de 20 a 25 cm nas seguintes. Sem dúvida seria melhor se mantivéssemos uma quantidade ideal de alimento o tempo todo, dessa forma uma alimentação freqüente ou um gotejando contínuo seria fundamental para um crescimento ideal. O alimento não é consumido diretamente, é transferido para a boca em forma de pacotes. O espaço entre as pernas de uma artêmia alarga-se à medida em que as pernas se movem para a frente. A água é sugada para dentro dele e pequenos filtros capilares coletam as partículas, inclusive alimento, do fluxo entrante. Quando retorna, a água é expulsa e a comida é retida na abertura. Essa abertura possui glândulas que secretam material adesivo que aglomera a comida em bolinhas e então os capilares levam essas bolinhas em direção à boca. O tamanho ideal do alimento deve estar entre 50-60 mícrons. [Início]
5. Artêmias adultas
Quando alimentamos peixes grandes ou invertebrados, a artêmia adulta é preferida ao invés do náuplio. Por ser 20 vezes mais pesada que o náuplio, a artêmia fornece mais alimento. Existe um mito de que a artêmia adulta não é tão boa para o peixe quanto o náuplio, mas embora haja um pouquinho de verdade nisso, isso vai depender do que ou de quem você estiver alimentando. As artêmias recém eclodidas são ricas em gordura, cerca de 23% de seu peso seco. No estágio juvenil este índice cai para aproximadamente 16% e quando são quase adultas, esse índice cai para mais ou menos 7%. Por outro lado, as proteínas aumentam para substituir a gordura perdida nesta fase, passando de 16%, em uma artêmia recém eclodida, para 63% em uma artêmia adulta. Baseado nisso você deverá determinar o que é melhor para o seu peixe. Os alevinos precisam de uma taxa alta de gordura para crescerem saudáveis, enquanto que os adultos e os mais velhos necessitam de proteínas para se manter saudáveis e para a reprodução. Além disso, os náuplios são conhecidos por terem deficiência em vários aminoácidos essenciais, enquanto a artêmia adulta é rica em todos os aminoácidos essenciais, portanto, a artêmia adulta provê mais biomassa e é mais completa nutricionalmente do que o náuplio.
O melhor modo de cultivar artêmias adultas é conseguir um aquário de 40-80 litros. Pegue uma folha fina de fórmica e coloque no fundo do aquário criando um fundo oval. Isso é feito para eliminar as áreas mortas já mencionadas e melhorar a circulação da água. Cole todas as bordas com silicone. A circulação pode ser aumentada colando-se uma divisão no meio do tanque. Melhores taxas são obtidas com a boa circulação de alimento, distribuição dos cistos e forte aeração. O próximo passo é o mais difícil de se descrever sem desenhos. Você precisará fazer 6 ou 8 tubos de ar, dependendo do tamanho do aquário, que ficarão em pé dentro do aquário. São tubos simples, de 1 polegada em PVC, cortados a 45º na parte inferior com um cotovelo de 90º na parte superior. O nível da água deverá alcançar até a metade do cotovelo com a parte inferior do tubo tocando o fundo do aquário. Fure a parte do cotovelo de cima para baixo de modo que você possa colocar uma mangueira de ar até o fundo. Cole os tubos no centro do aquário de modo que os cotovelos de 90º fiquem todos na mesma direção a um ângulo de 45º ao divisor. Você criou então um mecanismo que movimentará constantemente a água em sentido horário ou anti-horário. Aqui é onde eu devo trazer à tona o assunto da aeração. Resista à tentação de usar aquelas pedras porosas de madeira para aumentar a taxa de aeração, pois embora elas produzam belas bolhinhas e criem uma excelente circulação de água, estas mesmas bolhinhas poderão acabar com as artêmias. Isso porque as bolhas podem alojar-se em seus apêndices de natação ou até mesmo ser ingeridas pelas artêmias, fazendo com que elas flutuem, impossibilitando-as de se alimentarem e por fim levando-as à morte.
Quando se tratar de produção em pequena escala, a filtração não se faz necessária visto que não se tem grandes problemas quanto à qualidade da água. Caso se sinta tentado a realizar a filtração, isso exigirá que a água transborde através de uma telinha para um reservatório ou para um cartucho de filtragem. A aeração moderada com pedras porosas (que soltam bolhas grossas) ou nenhuma, boa qualidade da água e limpeza são fatores importantíssimos para se obter altas taxas de artêmias adultas. Visto que as artêmias se alimentam constantemente, um crescimento mais rápido e melhor será alcançado se forem alimentadas várias vezes ao dia ou continuamente. Melhores taxas de crescimento também são alcançadas a uma temperatura de 25-30ºC, densidade entre 1.025-1.030 e baixa luminosidade. Lembre-se que as artêmias são atraídas pela luz forte, portanto se você instalar aquela lâmpada de halóide de 175 W que você retirou de um aquário de recifes, os pequenos malandrinhos irão aumentar as suas atividades natatórias, desperdiçando energia e diminuindo assim a taxa de crescimento. Em baixa luminosidade as artêmias irão se espalhar por toda a coluna de água, nadando vagarosamente e alcançando uma conservação de alimento mais eficiente. [Início]
6. Manutenção
Por se tratar de um volume muito pequeno, a qualidade da água pode deteriorar-se muito rapidamente quanto ao aumento de biomassas. O problema acontece normalmente devido à superalimentação, o que leva a um baixo nível de oxigenação. Existe uma linha muito fina entre a alimentação ideal e o extermínio do nosso tanque, especialmente quando usamos alimentos inertes. Para superar este problema você precisa cuidar do seu tanque dando a ele a mesma atenção dada ao seu aquário. Eis o que você deve fazer: Limpe o fundo a cada 2 dias. Para isso desligue o ar, deixe o tanque repousar e use novamente aquela lanterna (funciona melhor à noite). Agora sabemos o que nossos amiguinhos irão fazer. Enquanto isso sifone a sujeira do fundo do tanque. Lembre-se que eles irão “mudar de roupa” 15 vezes até se tornarem adultos. É aconselhável que se troque 20% de água por semana. [Início]
7. Pequenos problemas
“Minhas artêmias eclodem e em seguida morrem”. As causas podem ser várias: A aeração é insuficiente levando-as à asfixia, você não resistiu à tentação e usou aquela pedra porosa de madeira que eu falei para você não usar, ou elas morreram por falta de alimento. O estado de saúde pode ser checado por se observar como elas nadam. Ilumine o tanque com uma lanterna para que elas se concentrem rapidamente no foco de luz, se isso acontecer é um bom sinal. No entanto, natação dispersada e lenta indicam que as coisas estão indo para o brejo. Se você tiver acesso a um microscópio, poderá observar seus aparelhos digestivos, que deverão estar cheios de comida, (supondo que você as tenha alimentado, é claro). Se os apêndices de natação e a boca estiverem limpos é um bom sinal, mas se estiverem cobertos por partículas, isso é ruim. Isso pode ocorrer devido à má procedência da comida ou devido à condição fisiológica das artêmias. Uma outra razão sugerida é que pode ter ocorrido uma infecção por vírus, mas muito pouco se sabe a esse respeito e seria impossível para nós aquaristas confirmar se isso aconteceu. Veja a seção de desencapsulamento no final desse FAQ. Crescimento lento - A temperatura está muito baixa, o pH está fora, a salinidade está fora, a comida é inadequada ou perdeu a qualidade. [Início]
8. Armazenamento de artêmia
As artêmias podem ser armazenadas de diversas maneiras. Uma artêmia adulta sobrevive por muitos dias no refrigerador. Caso opte por refrigerá-las, não se esqueça de aquecê-las e dar-lhes a última refeição antes de você alimentar seus peixes. Isso irá restaurar suas qualidades nutricionais, afinal elas estiveram famintas durante alguns dias. Você poderá também congelar os náuplios, mas isso irá matá-los. Uma forminha de gelo funciona perfeitamente. Utilize água salgada (7-8 ppt) para congelá-los e obter melhores resultados. O congelamento é muito prático, pois tudo o que tem a fazer é jogar um cubinho de artêmias no aquário e você terá um excelente fornecimento de comida que durará um bom tempo. Você deve tomar cuidado para não superalimentar o aquário, pois as artêmias afundam e se decompõem rapidamente comprometendo a qualidade da água. [Início]
9. Descapsulando cistos
Tendo sido interrogado várias vezes de como e por que isso é feito, eu decidi adicionar esse procedimento no fim deste FAQ. Este é um processo complicado e poucas pessoas escolherão executá-lo. Separar os náuplios de suas cascas pode ser desejável por muitas razões. As cascas dos cistos são indigestas e podem se hospedar no intestino de predadores causando obstruções fatais. Especulações apontam as cascas como sendo forte fonte de contaminação bacteriana. Acredita-se que o conteúdo nutricional do náuplio descapsulado é maior porque ele não precisa gastar energia para quebrar a casca e sair dos cistos. Também a taxa de eclosão aumenta e por fim, os cistos recém descapsulados podem ser servidos a filhotes pequenos demais para se alimentar de náuplios. Durante tantos anos lidando com esses sujeitinhos, eu nunca ouvi falar em alguém que tivesse tido problemas com qualquer uma das duas primeiras razões. Certamente poucas lojas de aqüicultura se aventuram a enfrentar a dificuldade de descapsular artêmias. A descapsulação se divide em quatro etapas:
• Re-hidratar os cistos;
• Lidar com a solução para descapsulamento;
• Desativar o cloro residual;
• Cultivar os embriões.
Os cistos, quando secos, têm uma pequena cavidade em suas cascas dificultando assim removê-las por completo. Por essa razão, eles são primeiramente re-hidratados para assumir uma forma esférica. Os cistos devem ser re-hidratados em água doce mole ou destilada a uma temperatura de 25ºC por 60 a 90 minutos. Quanto mais baixa a temperatura, maior o tempo para re-hidratá-los. Mas nunca os deixe por mais de 2 horas na água, não importa qual a temperatura, pois após esse período alguns dos cistos terão reiniciado seus metabolismos e não sobreviverão ao processo de descapsulamento. A re-hidratação deverá ser feita no mesmo recipiente usado para cultivar cistos pelos mesmos motivos de circulação e aeração. Após a re-hidratação, os cistos deverão ser filtrados com uma telinha de 100-125 mícrons e enxaguados, mas essa etapa poderá estar perdida se você não possuir a telinha! O melhor é descapsulá-los imediatamente, mas se for necessário os cistos poderão ser refrigerados por várias horas.
Durante o processo de re-hidratação, você precisará preparar uma solução de cloro. Qualquer alvejante doméstico ou cloro em pó para piscina misturado com água salgada serve. Como pré-requisito para descapsulação, os cistos deverão ser colocados em uma solução pré-resfriada a 4ºC com um pH 10, consistindo em 0,33 ml de Hidróxido de Sódio (NaOH) e 4,67 ml de água do mar por grama de cistos (você provavelmente vai gastar um bom tempo tentando encontrar NaOH puro). A solução é preparada dissolvendo-se 40 g de NaOH em 60 ml de água doce. A descapsulação ocorrerá quando você acrescentar 10 ml de alvejante na solução. Você precisará de um termômetro porque a solução irá liberar calor. É importante manter a solução entre 20-30ºC. Se começarmos com a solução pré-resfriada, fica muito mais fácil manter a temperatura dentro do limite. Se necessário, um cubo de gelo poderá ser utilizado para ajudar a baixar a temperatura. Uma segunda forma de descapsulamento é adicionar 0,70 gramas de Cloro em pó seco usado em piscinas por grama de cistos. Nesse caso a solução será de 0,68 gramas de Carbonato de Sódio em 13,5 ml de água. Fica mais fácil se você dividir a quantidade de água em duas partes, adicionando Carbonato de Sódio na primeira e Cloro na segunda. Deixe que dissolvam e reajam, o que causará um precipitado. Refrigere as duas soluções, misture e então adicione os cistos. Durante a descapsulação, mexa a solução continuamente para minimizar a formação de espuma e para dissipar o calor.
Note que a cor da solução mudará de marrom escuro para cinza, depois branca e então para um laranja claro. Essa reação leva normalmente de 2 a 4 minutos. Com o Hipoclorito de Cálcio, os cistos mudarão apenas para o cinza e levará cerca de 4 a 7 minutos. Os cistos deverão ser retirados depressa da solução, logo depois que as membranas dissolverem, conforme indicado pela cor laranja claro ou cinza, caso contrário você simplesmente dissolverá o cisto inteiro em vez de só a casca exterior. O Cloro deve ser removido em água doce ou salgada até eliminar totalmente o odor de Cloro. O Cloro residual prende-se nos cistos e precisa ser neutralizado. Isso é feito lavando-se os cistos em Tiossulfato de Sódio a 0,1% (0,1 grama em 99,9 gramas de água) por um minuto. Como método alternativo usa-se Ácido Acético (1 parte 5% de vinagre para 7 partes de água). O primeiro método funciona melhor, porém o segundo é mais fácil visto que os materiais podem ser encontrados em qualquer cozinha. Os cistos são então lavados novamente com água doce ou salgada e colocados no tanque de cultivo e cultivados como artêmia comum.
Os cistos recém-descapsulados poderão ser guardados na geladeira por no máximo 7 dias e então serem cultivados. Para um armazenamento mais prolongado, os cistos precisarão ser desidratados. A desidratação de cistos descapsulados é feita transferindo-se um grama de cistos descapsulados para uma solução de sal saturado, de 330 gramas de sal para 1 litro de água. Areje isso usando uma mangueira de ar por 18 horas, trocando a solução a cada 2 horas. A água contida nos cistos será liberada através de osmose, deste modo é importante manter a concentração de sal bem alta. Após 18 horas, os cistos terão perdido 80% da água de suas células. Interrompa o fluxo de ar e deixe tudo assentar, depois filtre os cistos. Estes cistos poderão então ser colocados em um recipiente com água e sal, hermeticamente fechado, e guardado no freezer ou geladeira. Cistos com 16 a 20% de água nas células poderão ser guardados por alguns meses sem queda na taxa de eclosão. Para um armazenamento mais prolongado, você deverá reduzir essa taxa de água para menos de 10%. [Início]

Filtragem de aquario

Filtragem de Aquários
Sumário
Este artigo descreve como a filtragem pode ajudar a assegurar um aquário saudável. A primeira metade descreve o que são filtros, e como funcionam. A segunda metade avalia os diferentes tipos de filtros.
Conteúdo
1. Porque você precisa de filtragem e como funciona
• Introdução
• Trocas de água
• Filtragem biológica
• Filtragem mecânica
• Filtragem química
2. Tipos de Filtros
• De canto
• Biológico de cama
• Esponja
• Filtro externo
• Canister e Submersível
• Wet/Dry (Trickle)
• Desnatadores
• Fluidized bed
• Denitrators
• Algal Scrubbers
• Resfriadores
• Esterilização
1. Porque você precisa de Filtragem
Algumas vezes nós esquecemos que peixes alojados em um aquário estão confinados a uma quantidade muito pequena de água comparado com seus habitats naturais. No seu ambiente natural, as fezes dos peixes são imediatamente diluídas. Mas em um aquário, resíduos de fezes podem rapidamente se acumular para níveis tóxicos.
Estes resíduos incluem amônia liberada pelas brânquias de seus peixes, fezes de peixe, e restos de comida. A comida e as fezes também eventualmente irão se decompor, liberando amônia. Até pequenas quantidades de amônia irão matar seus peixes.
Obviamente, quanto mais fontes de resíduos de peixes, maior e mais rápido será o problema de amônia. Um tanque pequeno alimentado em abundância com muitos peixes grandes terá muito mais amônia do que um tanque grande com um peixe pequeno raramente alimentado. Mas para os dois casos você precisará de algum tipo de filtragem de aquário para controlar a amônia tóxica.
Alguns aquaristas tentam controlar os níveis de amônia exclusivamente com trocas de água. Isto é útil, mas imprático por causa da frequência e tamanho das trocas de água necessárias.
Por sorte, tem um jeito mais fácil! Na verdade, o mundo está cheio de bactérias que não querem mais nada além de consumir a amônia e convertê-la para substâncias menos tóxicas. Para muitos aquaristas, este processo ocorre sem o seu conhecimento ou ajuda. Porém, o aquarista esperto aprenderá como tirar vantagem desta bactéria benéfica com a maximização de seu crescimento.
Quando você começa um novo aquário, colônias de bactérias benéficas ainda não tiveram a chance de crescer. Por um período de várias semanas isto é perigoso para os peixes. Você deve gradualmente formar uma fonte de amônia (começe com só um ou dois peixes pequenos) para permitir tempo para as bactérias benéficas crescerem. Isto é chamado "ciclagem" do seu aquário.
Lembre-se que as bactérias decompoem a amônia para substâncias ( primeiro nitrito, e então eventualmente nitrato) que são meramente menos tóxicas, ao invés de ser não-tóxicas. Muitos peixes toleram níveis razoavelmente altos de nitratos, mas com o tempo os nitratos também se acumularão até que eles, também, fiquem tóxicos. Além disso, como o nitrato é um fertilizante, níveis altos de nitrato podem levar ao crescimento excessivo de algas.
Trocas de água
Apesar de ter muitas maneiras para remover nitrato em excesso, o modo mais efetivo é regularmente trocar uma parte da água. Isto é uma das partes mais negligênciadas e importantes da manutenção do aquário!
Com que frequência e quanto deve ser trocado depende muito da carga de detritos no seu tanque, e a sensividade dos seus peixes. Você não quer trocar TODA a água em qualquer ponto no tempo porque a mudança na química da água será muito estressante para seus peixes. A melhor maneira de decidir com que frequência e quanto trocar da água é monitorando a qualidade da sua água com testes de água. Como um mínimo, se o seu aquário é novo, você deve testar para amônia e talvez nitrito. Em aquários estabelecidos, você deve monitorar para a acumulação de nitrato. Testes de água é a maneira mais confiável para saber se a sua filtragem está funcionando bem.
Para um tanque comum, você deve trocar nada mais do que um terço da água em 24 horas. Muitos aquaristas com um aquário comum trocam um quarto da água a cada duas semanas. Seu aquário provavelmente não é comum., e você realmente deve medir os níveis de nitratos para determinar sua relação de trocas de água.
Filtragem Biológica
Filtragem biológica é o termo para o favorecimento do crescimento de bactérias neutralizantes de amônia. É tão importante para a saúde do seu aquário que nós devemos olhar como este processo funciona mais de perto. (Tem outros tipos de detritos que podem causar problemas, mas as trocas de água regulares necessárias para controlar nitratos são típicamente suficientes para controlar outras formas de detritos também.)
A Mãe Natureza provisiona vários tipos de bactérias que decompoem amônia para compostos progressivamente menos tóxicos. Primeiro, nitrosomonas decompõe amônia para nitritos. Então nitrobacter decompõe nitrito para nitrato. Estas bactérias não são prejudiciais e são muito abundantes na natureza. Eles são tão comuns que nós não precisamos adicioná-los em nossos aquários; a natureza faz isso para nós.
Na presença de amônia e oxigênio estas bactérias naturalmente se multiplicarão. As bactérias se prendem no tanque, rochas, cascalho, e até nas decorações do tanque. Note que nós ainda não dissemos nada sobre um filtro físico. Isto é porquê a filtragem biológica só requer:
1. Uma superfície sobre a qual se prender,
2. amônia para comida, e
3. água rica em oxigênio
Isto parece bem simples; porquê nós precisamos de um filtro físico?
Na realidade, se você limita a quantidade de peixes para a capacidade que a filtragem biológica natural aguenta, você não precisa de um filtro físico. Infelizmente, você não pode suportar muitos peixes com só a filtragem biológica natural.
Nas últimas décadas, o hobby já viu muitos novos tipos de filtros biológicos inventados que podem aumentar vastamente a capacidade de uma colônia de bactérias de provisionar filtragem biológica para o seu aquário. Na essência, todos estes tipos de filtros provisionam áreas adicionais de superfície para o prendimento das bactérias e aumentam o oxigênio disponível dissolvido na água.
Filtragem Mecânica
Lembre que amônia vem diretamente das guelrras dos seus peixes, mas também do apodrecimento de fezes e restos de comida. Se você pode mecânicamente filtrar fora as fezes e restos de comida antes que começem a apodrecer, você pode estar um passo a frente no jogo. Sem mencionar que estes detritos são feios e podem detrair da beleza e prazer de seu aquário.
Simplesmente dito, filtragem mecânica é a coação de partículas sólidas da água do áquario. Filtragem mecânica não retira diretamente a amônia dissolvida. A maioria dos materiais filtrantes comuns de filtros mecânicos não removem bactérias e algas microscópicas da água. Nem a filtragem mecânica removerá quaisquer sólidos presos por cascalho, plantas, ou decorações.
Você precisará de outro método para remover estes resíduos sólidos dos recessos e fendas do seu aquário. Um dos métodos mais fáceis e "aspirar" o cascalho, etc., como parte da sua rotina regular de trocas de água e todo mundo deve fazer isso. (Note que aqueles aquários marinhos que usam "substratos vivos" são uma excessão.) Algumas pessoas instalam bombas de circulação, conhecidos como fazedores de ondas, para melhorar a chance de pegar resíduos sólidos no filtro mecânico.
Os quatro materiais de filtragem mecânica mais populares são esponjas, cartuchos de papel, e floss media solto e preso que são reutilizáveis em graus diferentes. Cartuchos de papel limpos tem as menores aberturas e floss preso limpo tem as maiores aberturas. Esponjas limpas e floss solto limpo caem algum lugar no meio.
Um material filtrante com aberturas pequenas pega partículas mais finas, mas fica obstruído mais rápido. Também, como regra, uma área de filtro fisícamente grande vai ficar obstruído mais lentamente do que um filtro pequeno. Quando o material filtrante vai ficando mais sujo ele pegará partículas menores e menores. Em algum ponto a o material filtrante fica tão obstruído que a água não passará.
SUMÁRIO: Um filtro mecânico bom é um que pega sólidos suficientes para manter a água cristalina sem ficar obstruído muito frequentemente.
Filtragem Química
Fitragem química, em curto, é a remoção de detritos dissolvidos na água do aquário. Detritos dissolvidos existem na água num nívem molecular, e caem em duas categorias gerais, polar e não polar. O método mais comum de filtragem química involve filtrando a água com carvão ativado por gas que funciona melhor nos detritos não polares (mas também remove detritos polares). Um outro método efetivo é o desnatador, que remove detritos polares como orgânicos dissolvidos.
Carvão ativado granulado (CAG) é manufaturado de carvão, típicamente carvão mineral esquentado na presença de vapor num calor muito forte. Este processo faz o carvão desenvolver números enormes de pequenos poros, que prendem detritos não polares nos níveis moleculares por meio de absorpção e troca de ions, e remove metais pesados e moleculas orgânicas, que são o fonte de cores e odores indesejáveis, por um processo conhecido como peneiramento molecular.
O melhor CAG para filtragem da água é feito de carvão mineral e é macroporoso (tendo poros maiores). Um bom carvão ativado macroporoso é leve (não denso) e borbulha e flutua quando inicialmente molhado. CAG intencionado para remover detritos do ar (como odores) são comunmente feitos de casca de côco e são microporosos. Carvões para filtragem de ar são mais densos.
Algumas pessoas (especialmente aquelas com aquarismo de recife de corais) estão preocupadas com o solubilização de fosfato de carvões ativados. Como regra, compre só carvões feitos por empresas reputáveis de suplementos para aquários que foram lavados com ácido durante fabricação para minimizar o conteúdo de cinzas. Carvões baixos em cinzas também ajudam a reduzir a chance de mudanças indesejáveis de pH. Carvões baixos em cinzas típicamente tem níveis de solubilização menores também.
O fosfato em CAG vem do fato que carvão ativado é fabricado de carvão mineral, que foi uma vez material vegetal vivo. Todo material vivo é alto em fosfatos. A solubilização de fosfato de CAG é conhecido de ser alto inicialmente e abaixar com o tempo. Este problema pode ser mitigado significativamente encharcando previamente seu carvão ativado por algumas semanas antes do uso.
Algumas pessoas estão preocupadas sobre CAG removendo nutrientes minerais vitais requeridos por plantas e invertebrados para o crescimento saudável. O esgotamento de nutrientes minerais vitais é um problema em aquários plantados e minirecifes, com ou sem carvão ativado. Os ganhos potenciais de carvão ativado são grandes o suficiente que no inteiro você estará melhor usando-o. Se o esgotamento de nutrientes minerais vitais é o tormento, use um suplemento de elementos vitais em conjunção com o carvão ativado.
CAG não pode ser rejuvenecido fora de um laboratório, mas felizmente, é barato o suficiente para usar liberamente. Sempre lave seu carvão antes de usar para remover o pó que acumula durante o transporte. Recomendações no quanto usar variam, mas quantidades menores trocadas mais frequentemente parecem funcionar melhor. Você provávelmente quer experimentar, mas ½ copo por 20 galões de água, trocado mensalmente é um bom começo. Em sumário, carvão ativado é um excelente, barato e efetivo método de filtragem que é altamente recomendado para toda aquaria.
Uma variedade de materiais filtrantes especiais para filtragem química foram desenvolvidos para remover químicos específicos. Um comum é um feito de argila de zeolite (também usado em algumas liteiras de gato), e é colocado no mercado abaixo de certas de marcas como "Ammo-Carb". Este material filtrante remove amônia da água, e é bom para uso de curto termo. O aquarista deve estar ciente que se zeolite é usado, especialmente quando ciclando um novo aquário, o estabelecimento de filtragem biológica natural será atrasado ou rompido.
Desnatadores são usados primáriamente em aquários de água salgada, especialmente recifes. Eles tem a notável abilidade de remover detritos orgânicos dissolvidos antes de decompor. Este processo involve tirando vantagem da natureza polar das moléculas orgânicas, que são atraídas à superfície de bolhas de ar injetadas dentro de uma coluna de água. A espuma resultante é escumada da superfície e descartada.

2. TIPOS DE FITROS
O humilde filtro de canto

Por décadas, aquaristas tem mantido peixes saudáveis com sucesso com o uso do $2.49 filtro de canto. Típicamente, eles são caixas de plástico transparente, que sentam dentro do tanque. Uma pedra porosa borbulha ar por um tubo de ar, que força a água por uma cama de esponja filtrante ou outro material filtrante mecânicamente filtrando a água. Colônias de bactérias crescem no material filtrante, provisionando filtragem biológica excelente. (É importante trocar só um pouco do material filtrante em qualquer dado tempo! Deste modo as bactérias não são exterminadas.) Hoje em dia pessoas não usam filtros de canto tanto porquê são feios , ocupam espaço no tanque, e requerem manutenção um pouco mais frequente do que outros filtros. Mas você não pode bater o preço.
Um outro uso do filtro de canto, que não é realmente igualado por outros tipos de filtro, é como um filtro de improviso de tanque de quarentena. Se você tem a necessidade de montar um outro tanque rapidamente, você pode pegar um pouco de cascalho de um tanque estabelecido e colocá-lo no filtro de canto, e imediatamente, você terá um filtro biológico funcionando. Deste modo você pode tornar um balde de 5 galões em um rápido e barato tanque de hospital/quarentena em um instante.
Filtro Biológico de Cama
Lojas de peixes comunmente vendem filtros biológicos de cama (FBC´s) para iniciantes em "kits de aquário" porquê eles são baratos, e funcionam (por algum tempo). FBC´s funcionam por lentamente passando água pelo cascalho do leito do aquário, que senta sobre uma placa perfurada. A água pode ser bombeada com uma bombinha, com bolhas de ar levantando a água num tubo vertical preso na placa do filtro. Também, algumas pessoas preferem a corrente aumentada conseguido com bombas submersas, chamadas powerheads, presos aos mesmos lift tubes.
FBC´s fazem bons filtros biológicos, porquê a corrente lenta pelo cascalho favorece o crescimento de grandes colônias de bactérias benéficas que neutralizam a amônia tóxica. O problema é que FBC´s são filtros mecânicos terríveis. Fezes de peixes são puxados fora de vista dentro do cascalho. Antes que você saiba, o cascalho fica obstruído. Você tem então uma grande sujeira e um risco à saúde de seus peixes!
Uma solução parcial a este dilema é fazer funcionar o powerhead ao revéz, mandando água para cima pelo cascalho. Esta técnica é conhecida como Filtragem Biológica de Cama Revertida (FBCR); kits de conversão ou powerheads especiais podem ser comprados para conseguir isto. A entrada do powerhead é coberta com uma esponja porosa que serve para "prefiltrar" alguns dos detritos que podem obstruír o cascalho. Em prática atual, isto ajuda, mas é apenas uma solução parcial.
Se você escolher usar um FBC/FBCR, você deve regularmente aspirar o cascalho. Lojas de peixes vendem mangueiras de sifão com um acessório denominado "tubo de aspiração de boca larga" que "lava" o cascalho durante as suas trocas de água regulares. SE você limpar o seu cascalho regularmente, e manter uma frequente e regular rotina de aspiração de cascalho, FBC´s/FBCR´s são filtros de aquário econômicos e efetivos em aquários de água doce, e em aquários de água salgada levemente estocados só com peixes.
Filtros de Esponja
Filtros de esponja providenciam uma forma eficiente e barata de filtragem biológica. A água é forçada por uma espuma porosa, por um powerhead, ou por ar borbulhando por um tubo de airlift. Água fluindo pela esponja permite o crescimento de uma colônia de bactérias benéficas que neutralizam a amônia tóxica.
Um estilo de filtro de esponja usa duas esponjas presas a um tubo de airlift. Estes tem a vantagem que as esponjas podem ser limpas uma de cada vez, reduzindo as perdas de bactérias. Também, uma das esponjas pode ser removida e transferida a um tanque novo, trazendo consigo uma colônia de bactérias benéficas, e deste modo "dando um pulo no começo" da ciclagem de um tanque novo. Algumas lojas "iluminadas" de peixes vendem estes filtros de esponja dupla para clientes iniciantes quando vendem um kit de tanque. Eles retiram uma das esponjas novas da "caixa" e trocam por uma esponja velha estabelecida em um de seus tanques na sua loja que é carregado para casa em um saco plástico.
Filtros Externos
A maioria das pessoas concordam que filtros externos são muito mais fáceis de manter e podem ser tão econômicos quanto filtros biológicos de cama. Há vários estilos de filtros externos, mas o mais comum é pendurado na parte de trás do tanque. Um tubo de sifão puxa água do tanque dentro da caixa do filtro e passa a água por um filtro mecânico (típicamente um esponja de espuma porosa). A esponja também serve como um filtro biológico. Uma bomba interna então retorna a água filtrada dentro do aquário. Estes filtros externos vem em vários tamanhos apropriados de aquários pequenos a grandes.
A esponja de espuma pode ser fácilmente inspecionada para obstrução ou removida para a limpeza. Você deve limpar a esponja regularmente para remover os detritos sólidos antes que decomponham e se dissolvam devolta à água. É muito importante que quando você limpar a espuma porosa você não mate a colônia de bactérias com o uso de detergentes, ou água muito quente ou muito fria. Uma maneira fácil e segura é lavar a esponja de espuma no balde em que você acabou de drenar um pouco de água de seu tanque durante a sua rotina de trocas de água.
Filtros externos agora vem com vários tipos de "caprichos". A maioria permite a colocação de material filtrante para filtragem química, típicamente carvão ativado granulado, na passagem da água.
Um outro desenvolvimento nos últimos anos é o "wet-dry wheel" (chamado de biowheel por um fabricante). As colônias de bactérias benéficas que neutralizam a âmonia tóxica requerem um meio ambiente rico em oxigênio para crescer. O "wet-dry wheel" passa água sobre um dispositivo de roda de água que senta fora (na borda) do aquário. Esta roda rotativa maximiza o oxigênio disponível deixando uma grande colônia de bactérias florescer. Um desvantagem é que as rodas tem sido conhecidas a emperrar, então você precisa checar elas frequetemente. Sem contar este pequeno ponto, o "wet-dry wheel" é um excelente método para providenciar filtração biológica vigorosa.
O Canister filter
Canister filters tem algumas semelhanças com o "pendure no tanque" estilo de filtros externos, mas a diferença essencial é que canister filters são desenvolvidos para providenciar filtração mecânica mais poderosa. Típicamente, a água é bombeada, a uma pressão moderada por um material filtrante, como algodão de fibra de vidro, ou um cartucho de filtragem de micron. Canister filters são especialmente úteis em aquaria com grandes e numerosos comedores sujos que geram muitos detritos. Para estes filtros serem efetivos eles devem ser frequentemente limpos, para evitar a decomposição de resíduos de fezes na corrente de água.
Estes filtros geralmente sentam no chão abaixo do tanque, mas também podem pendurar no tanque, e em alguns designs até sentar dentro do tanque, em que caso eles são chamados de "filtro submerso". Alguns hobbyists prendem um "wet-dry wheel" para a saída do seu canister para melhorar a capacidade de filtragem biológica deste tipo de sistema de filtragem.
Wet/Dry Filters
Também conhecidos como trickle filters, wet/dry filters funcionam no princípio de que as colônias de bactérias benéficas neutralizantes de amônia crescem melhor na presença de água bem oxigenada. Por "gotejando" água sobre gizinos de plástico não submersos ou outro material filtrante, wet/dry filters providem uma área bem grande de superfície ar/água. Eles vem em várias formas e tamanhos. O boom de aquários bem sucedidos de água salgada nos anos 80 pode ser ser atribuído ao uso deste tipo de filtro.
Muitas coisas podem ser usadas como o material filtrante, com os melhores provisionando grandes quantidades de área de superfície, enquanto ao mesmo tempo tendo grandes aberturas para reduzir a tendência de obstrução e assegurar a troca de gas eficiente. O problema de obstrução do material filtrante também pode ser reduzido pela prefiltragem da água com um filtro mecânico eficiente, e (quando usado) com um desnatador.
Desnatadores (também conhecidos como Foam Fractionators)
Desnatadores foram inicialmente desenvolvidos para uso em plantas industriais de tratamento de esgoto onde também são conhecidos pelo termo foam fractionator. Desnatadores tem a abilidade única de remover resíduos orgânicos ANTES que se decomponham! Este é um truque que é conseguido por tirando vantagem do fato que substâncias químicas orgânicas são atraídas para as superfícies de bolhas que são passadas em grandes números por uma coluna de água. A espuma é então "escumada" fora da água, enquanto que ao mesmo tempo removendo os detritos orgânicos. O processo de espumamento só funciona em uma água com alto pH e salinidade, e como resultado desnatadores são primáriamente para uso em áquarios de água salgada.
O desnatador é o maior responsável pelo boom em áquarios de recife nos anos 90, devido à alta qualidade da água possível com este tipo de filtragem. Um "state of the art" atual em sistemas de recife é baseado no uso de desnatadores e rochas vivas sem o uso de um filtro wet/dry. Esta escola de pensamento é conhecida como o "Método de Berlin".
Fluidized bed filters
Bem recentemente, alguns hobbyists tem reportado sucesso com um novo tipo de filtro que usa um fluidized bed de areia. Este filtro é mais ou menos similar em princípio ao filtro biológico de cama revertido mas com uma corrente de água muito maior. A corrente de água deixa a areia limpa de detritos, enquanto que ao mesmo tempo permitindo o desenvolvimento de grandes e eficientes colônias de bactérias benéficas. Problemas reportados incluem esgotamento de oxigênio e obstrução.
Denitrators
Um outro tipo especializado de filtro é desenvolvido para ajudar no controle da acumulação de nitratos, o produto final do processo de neutralização de amônia pela atividade biológica das bactérias. Estes caem em duas categorias, o bacterial anóxico, e os plant/algal scrubbers (discutidos na próxima seção). Foi descoberto que colônias de bactérias que crescem em ambientes com pouco oxigênio podem ser arreiados para consumir nitrato biológicamente, e soltar o inofensivo gas de nitrogênio. Este método é conseguido em um de dois modos. O processo foi primeiro desenvolvido nos anos 80 com o uso de um sistema de caixa, espiral, ou um bloco poroso de espuma que permitia uma trasmissão bem lenta de água carregada de nitrato. Dentro da caixa/espiral/espuma, açúcar era colocado, e a lenta passagem de água rapidamente ficou anóxica. Nestas condições anóxicas, bactérias iriam crescer e consumir o excesso de nitrato. Muitos aquaristas tem reportado fracasso em suas tentativas a esse tipo de filtragem.
Mais recentemente, aquaristas tem desenvolvido condições anóxicas similares debaixo de placas enterradas em areia fina no fundo de seus tanques. Em sistemas de água salgada, estas camas de areia são referidas como "areia viva". Em sistemas plantados de água doce, substratos de grãos finos são deixados para desenvolverem zonas anóxicas que provavelmente também tem uma capacidade denitrificadora.
O método de Berlin em aquários de recife involve o uso de grandes quantidades de rochas vivas colhidas de recifes tropicais. Aquaristas reportam bom controle de nitrato em sistemas de rochas vivas, que, embora não entendido muito bem, provavelmente involve a denitrificação dos nitratos no interior das rochas. Uma outra escola de pensamento é que crescimentos pesados de algas calcáreas nas rochas vivas em aquários de recife no Método de Berlin consomem nitrato.
Algal Scrubbers
Algal srubbers usam algas vivas para fazer a "filtragem". A água é escorrida sobre uma malha de arame em um cocho debaixo de luzes fortes. Esta é uma forma controversial de filtragem para recifes e ecosistemas marinhos grandes inventados por Dr. Adey no Smithsonian. Alguns acreditam que é uma solução completa de filtragem, outros aclamam que seu uso leva a qualidade pobre da água e crescimento de algas no tanque também. Em aquários plantados de água doce o crescimento vigoroso de plantas tem sido observado de consumir benéficamente nitratos dissolvidos em excesso.
Resfriadores
Enquanto que não realmente uma filtragem, aquaristas de água salgada ocasionalmente tem a necessidade de abaixar a temperatura da água de seus aquários. Os altos níveis de luz necessários em aquaria de recife involvem um aumento de calor que se torna excessivo. O uso de um ventilador de luminária e a remoção do reator da vincinidade do tanque também pode ajudar. Bombas submersas também são uma fonte de calor indesejado, e como solução, aquaristas de recife favorecem as bombas "não submersas" devido a tranferência reduzida de calor para a água.
Uma fonte pouco reconhecida de controle de calor é pelo efeito natural de resfriamento por evaporação em filtros wet dry, e pela corrente de ar sobre a superfície do aquário. Todavia, resfriamento adicional é frequentemente requerido, especialmente em climas quentes.
Isto é conseguido com o uso de unidades de resfriamento do estilo "freon" similares aos refrigeradores de casa. Eles ou passam a água por uma unidade de troca de calor, ou passam um líquido refrigerante por um trocador de calor dentro do tanque. Aqueles resfriadores são caros mas poucas pessoas tiveram sucesso na construção "faça você mesmo" de resfriadores. (O tipo "dorm" de refrigerador não é forte o suficiente para ser de uso, no caso de você estar pensando sobre isto.)
Esterilização
Em aquaria especialmente sensitiva, infecções resultando de parasitas carregados pela água, fungus, bactérias e vírus podem causar problemas sérios. Esterilização de água é mais beneficial para criadores (como pode ajudar a controlar infecções de ovos que estão incubando), para filtração multi-tanque centralizada (para controlar o espalhamento de doenças entre tanques), e para montagens delicadas e/ou caras como grandes tanques e sistemas de recife (como uma medida de segurança). É importante lembrar que um aquário saudável depende de bactérias benéficas típicamente crescendo em materiais filtrantes dentro do seu filtro que neutralizam amônia. No máximo, seu esterilizador pode matar algumas criaturas patológicas carregadas pela água, mas a total esterilização não é possível nem desejável. Aquaristas que praticam procedimentos de quarentena prudentes para peixes recém adquiridos geralmente não precisam esterilizar.
Dois principais tipos de esterização são usados, injeção de ozônio e irradiação ultravioleta.:
Ozônio
Gás de ozônio é altamente reativo e é um poderoso oxidante de poluentes orgânicos, incluindo criaturas patológicas vivas. Um outro benefício do tratamento de água com gás de ozônio é que ele sistemáticamente reduz compostos orgânicos dissolvidos na corrente de água que aumenta a capacidade reserva da água para oxidar detritos orgânicos pelo aquário inteiro. Água carregada de ozônio também melhora a abilidade dos desnatadores para gerar espuma que aumenta a sua performance total.
Antes da descoberta do estilo de manutenção de recifes "Método de Berlin" com rochas vivas/desnatador, injeção de ozônio era considerado parte de um sistema de filtragem "state of the art", especialmente entre Europeus nos anos 80. A tendência de agora é para o mais simples & natural Método de Berlin. Embora que o uso de ozônio continua beneficial, ele está sendo menos usado em anos recentes entre donos de sistemas de recifes.
Gás de ozônio é produzido por dispositivos que criam uma faísca em ar seco. Como a umidade dramaticamente reduz a eficiência dos geradores de ozônio a maioria dos aquaristas optam para pré-tratar o ar para o ozonizador com um dehumificador. Gás de ozônio é altamente corrosivo, todos os elementos (especialmente borracha) que podem entrar em contato com o ozônio devem ser feitos de materiais seguros contra ozônio (comunmente silicone). Ozônio residual podem ser eficientemente tirado do ar passando o ar por carvão ativado. Ozônio não deve ser deixado entrar no seu aquário porque ele pode matar seus peixes e invertebrados e/ou danificar as bactérias benéficas no seu filtro biológico. Também, gás de ozônio é inseguro para respirar e pode causar irritação até em pequenas concentrações.
Esterilizadores de Raios Ultravioleta
Luz ultravioleta de alta densidade destrói o DNA em células vivas e pode ser um meio efetivo de controlar criaturas patológicas vivas. A luz UV mais efetiva é a luz de alta energia UV(C) mais ou menos no comprimento de onda de 250 Angstroms. Para ser efetivo, Esterilização UV (EUV) deve expor os as criaturas patológicas para uma intensidade de luz alta o suficiente por um periodo longo o suficiente de tempo. Martin Moe cita 35,000 a 100,000 microwatts por segundo por centímetro quadrado como a norma, que resolvendo dá 10 to 25 galões por hora por watt (ou menos para unidades que não estão operando em eficiência máxima).
Problemas comuns que podem reduzir a eficiência e taxa de morte são:
1. Deixando a água fluir muito rápido pela luz de UV.
2. Obstrução da luz devido ao acúmulo de depósitos de sal ou limo de bactérias na lâmpada.
3. Enfraquecimento da luz devido a idade da lâmpada (que típicamente tem uma vida de seis meses.)
A mesma propriedade desta luz que mata germes pode danificar seus olhos, e cuidado especial DEVE SER TOMADO para evitar contato com os olhos direta ou indiretamente com esta luz. (Isto é especialmente sério porque a danificação ocorre dentro dos olhos antes de você sentir qualquer dor. Pessoas demais já tem danificado seus olhos deste modo!) A luz UV(C) não penetra a água muito bem, então para ser efetivo, Esterilizadores de UV comunmente posicionam a lâmpada de UV perto da água que também posa um risco de choque elétrico caso a lâmpada quebre, etc.
Tem três tipos de Esterilizadores de UV:
1. Tipo bandeja. (Típicamente feito em casa) com lâmpadas de UV suspensas em uma fixação refletiva sobre uma bandeja rasa com água fluindo lentamente. Benefícios: fácilmente limpo, pode ser barato, pode ser feito grande o bastante para aplicações comerciais. Problemas: riscos de segurança para os seus olhos, muito grande e desajeitado para muitos usos caseiros.
2. Tipo de tubo, lâmpada molhada. Tipos de tubo tem o benefício de expor todos os lados do tubo de UV para a água sem refletor. A água passa diretamente pela a lâmpada que é montada em um tubo à prova d`água. Benefícios: barato, compacto & efetivo. Problemas: difícil para limpar as acumulações de limo da lâmpada, riscos de segurança devido à choque elétrico.
3. Tipo de tubo, lâmpada seca. Similar ao acima, mas o tubo de UV é envolvido por um tubo de quartzo (vidro bloqueia luz de UV(C)) isolando ele da água. Estes são mais caros e provavelmente mais seguros. Trocando a lâmpada é mais fácil e tipos de tubos secos podem ter um dispositivo interno para limpar o limo do tubo de quartzo. Alguns destes tipos vem com sensores para monitorar a intensidade da luz para permitir que você saiba quando repor/limpar a lâmpada, etc.

Um casal de Blue Diamond










As Primeiras crias deste casal de discus .


Esta foi a primeira criação que tive.

Sem duvida uma alegria imensa e uma experiencia

Fantastica aproveito tambem para agradecer

Aos amigos Ze Carlos, João Machado e Paulo Dias


Sem a ajuda e sabedoria deles jamais tinha conseguido

Levar por diante esta fascinante aventura agora é vê-los

Crescer e a cada dia mais bonitos.